Heleno – a intensidade em cena



“Eu não sou jogador de futebol, sou a própria vontade de jogar, a gana”, é assim que Heleno (Rodrigo Santoro) se define. Um jogador controverso que muito antes dos jogadores multimilionários fez sua fama.
Ele jogava para o Botafogo e era temido pelos adversários e pelos companheiros de time. Era controverso, inconsequente, mulherengo, maluco, agressivo. Mas principalmente amava o que fazia e não aceitava dos outros nada menos que o máximo.
Se Heleno fazia o impossível em campo também cobrava isso dos colegas. Entre xingamentos, gritos e rusgas ele chamava a atenção dos colegas para que se empolgassem, que dessem tudo de si pelo time. Tanto que não aceitava dinheiro quando o time perdia ou empatava e censurava os companheiros por isso. Não era o dinheiro que o movia, mas o barulho surdo da bola entrando no gol e a torcida, os gritos.
Mas Heleno se perde no seu perfeccionismo, é egocêntrico. Nada além dele interessa, todo o resto do mundo pra ele estava errado. E assim ele vai perdendo o respeito dos colegas e dos dirigentes dos times, o amor de suas mulheres e a amizade dos que ainda restavam.
Entre uma droga e outra Heleno se fecha em si. E fica cada vez mais distante do mundo, o que é agravado pela sífilis.
“Heleno”, de José Henrique Fonseca, é um filme marcante, cheio de garra, gana, um balde de água fria. Uma história boa, bem narrada e interpretada maravilhosamente bem por Rodrigo Santoro. É um chacoalho para aqueles que não mais se empolgam com o que escolheram pra fazer.

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    Goiânia, Goiás, Brazil
    Jornalista por formação, especialista em Filosofia da Arte. Trabalho em TV, mas sempre ligada ao Jornalismo Cultural, com ênfase em Teatro e Cinema.

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