Conersas fílmicas - parte 7

Quero ser John Malkovich



por Mayara Vila Boa

Já pensou se você pudesse viver a história do personagem de um filme ou livro? Ou então ser aquela atriz famosa, ou ainda o presidente da república e quem sabe um milionário? Quem nunca pensou em ser outra pessoa?
E é sobre esse desejo que é feita a trama de “Quero ser John Malkovich” (Being John Malkovich, 1999). O manipulador de marionetes Craig Schwartz (John Cusack) descobre no sétimo andar e meio de um prédio um portal para a mente de John Malcovich (John Gavin Malkovich).
Pelo portal, qualquer um pode passar 15 minutos dentro da mente do famoso astro do cinema. Schwartz e a colega de trabalho Maxine (Catherine Keener) decidem então explorar o achado. Eles começam a cobrar 200 dólares para quem quiser ser John Malcovich.
Mas as coisas fogem do controle quando a mulher de Schwartz, Lotte (Cameron Diaz), descobre ser homossexual ao experimentar as sensações de Malkovich. Ela se apaixona por Maxine. E as duas se encontram sempre que Lotte entra na mente do ator.
Mas o manipulador de bonecos que também se apaixona por Maxine decide trancar a mulher em uma jaula e ser Malkovich/Lotte. É aí que ele descobre que como titereiro ele pode controlar muito bem o ator. Schwartz passa então a ser Malkovich todo o tempo. Mas o que ele não contava é que outra pessoa tinha planos para o “recipiente” Malkovich.
É um filme interessante, que fala dos desejos das pessoas, das neuroses e é claro, daquilo que todos nós escondemos lá no fundo de nossas mentes. Quem nunca se encontrou em outro alguém? Quem nunca quis se perder por aí?
Destaque para a perseguição de Lotte e Maxine dentro do inconsciente de Malkovich, com todos os traumas aparecendo enquanto elas correm dentro da mente dele.


Comentários José Aurélio:

Em primeiro lugar, fico feliz que tenha gostado. A loucura do filme é muito cômica mas também muito desafiadora, na medida em que exercita nossa capacidade de abstração. Situações absurdas como a de quando o próprio John Malcovick entra em si mesmo requerem não só imaginação, mas uma boa dose de concentração, uma vez que é fácil se perder dentro do roteiro. Infelizmente, a possibilidade de deixar de conviver com nós mesmos não existe. Sendo assim Mayara, não poderia ajudá-la, a não ser lhe indicando mais filmes do gênero. Dessa forma, mesmo que pelo tempo de duração do longa metragem, nos desligamos da nossa realidade e temos a oportunidade de relaxar, esquecendo o quão chatos às vezes podemos ser aos nossos próprios olhos.
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    Goiânia, Goiás, Brazil
    Jornalista por formação, especialista em Filosofia da Arte. Trabalho em TV, mas sempre ligada ao Jornalismo Cultural, com ênfase em Teatro e Cinema.

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