Minhas tardes com Margueritte

"Nas histórias de amor não há apenas amor. Nunca dissemos 'eu te amo', mas nos amamos".




A gente sempre acha que o amor nasce entre iguais, descobrindo semelhanças, compartilhando sempre as mesmas coisas. A gente espera e acha que o amor é harmônico. E se ele é harmônico, não precisa fazer vistas grossas para certas diferenças, nem aprender a entender, compreender e muito menos perdoar, perdoar, perdoar.
Mas o amor nem sempre segue as regras da razão e muito menos busca iguais por aí. Acho até que o mais interessante são os opostos, que de pouquinho em pouquinho, vão achando um jeito de encontrar aqui e ali o que pode unir duas pessoas.
E é aí que o amor nasce entre duas pessoas que, a primeira vista, não combinariam. Germain (Gérard Depardieu) é um homem de meia idade, com dificuldade de aprendizado (muitas vezes burro, até) e grosso. Já Margueritte (Gisèle Casadesus) é uma idosa de 95 anos, culta e paciente.
Um dia, contando os pombos da praça, eles se conhecem. E passam dos pombos aos livros. Margueritte começa a ler para Germain, cada dia um pouquinho. E daí nasce a necessidade de se verem todos os dias. Mesmo sem marcar, eles estão lá no mesmo local e horário.
Passar um tempo juntos vira parte do dia. Um prazer, contado minuto a minuto para que comece. E um passa a habitar a vida do outro. A doçura de Margueritte mexe com Germain, que sempre teve que lidar com a indiferença da mãe. E Margueritte encontra em Germain o filho que nunca teve, a quem ensina palavras, pacientemente.
E assim "Minhas tardes com Margueritte" vai se desenrolando com um amor que vai crescendo aos poucos, sendo como tem que ser, um amor paciente e compreensivo. Desse tipo de amor que não precisa de "eu te amo", mas que se mostra nos pequenos gestos e cuidados.

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    Goiânia, Goiás, Brazil
    Jornalista por formação, especialista em Filosofia da Arte. Trabalho em TV, mas sempre ligada ao Jornalismo Cultural, com ênfase em Teatro e Cinema.

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